quinta-feira, 28 de junho de 2012

 E então o ônibus vai embora. Olho pela janela e não consigo enxergar muita coisa por causa da chuva, só um vulto vermelho, do seu casaco parado na estação me vendo ir embora. Olho no visor do celular as horas, querendo ver alguma ligação perdida ou mensagem não lida, mas nada, suspiro. O que é mesmo que dizia aquele livro que eu tanto gostava e você achava um saco? "Este é um ponto importante - ir sobretudo, em frente." É, acho que era isso mesmo. Frente, sempre em frente, deixar as coisas serem, outra parte... "Let it be". E você sempre achou pouca coisa os livros que eu lia, nunca percebeu que eu sempre fui um livro - o qual você nunca soube como abrir, tirar o pó e ler. Mas não importa agora, não mais. Antes eu acordava no meio da noite só pra invejar seu sono, sua beleza. Só pra te adorar um pouco mais. Mas isso passou, junto com essa chuva que parece não acabar nunca mais. Mas nada melhor que uma chuva pra lavar tudo, concorda? Claro... Voltando ao assunto de ir em frente. Ir em frente, significa deixar algo pra trás, consequentemente. A gente sempre deixa algo pra trás - ou é deixado. Quantas vezes você me deixou, e voltou, e deixou de novo? Agora eu que te deixo: de uma vez por todas. Adeus? Não dissemos, mas nossos olhares sabiam muito bem disso. A gente sempre sabe quando uma coisa começa e o pior: quando termina. Sempre sabe.

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