terça-feira, 20 de março de 2012

Você veio aqui só pra me perguntar isso? Se eu não te amo mais? O que é que você espera que eu diga? O que é que eu posso te dizer? Que te amo? Que te amei? Que te esperei mesmo quando tinha certeza que não viria? Que escrevi teu nome em mim? Que enlouqueci? Que te procurei nos lugares que não estava? Que amei seus dentes, seus cabelos escondidos pelo boné, seu corpo que nem é tão bonito, suas sobrancelhas, seus braços e seus abraços, seu jeito de rir, sua cara de bravo, sua cara de bobo, que amei tudo em você, até mesmo seus defeitos? Que eu toquei canções que você não pode ouvir, que eu atravessei estradas e cidades só pra te ver sorrir, que virei as costas pro mundo pra te ver feliz? Era isso que você queria ouvir? Isso muda o quê? Nada, não muda nada. Não muda o que foi feito e dito. Não muda a nossa solidão, nossa tristeza, nossa decepção, nosso adeus.
O que mais poderia te dizer? Que fugi de você e voltei e depois fugi de novo? Que eu te queria bem perto e bem longe, que te amava e te odiava, que te olhava mas te ignorava, que te defendia e te atacava, que te procurava e te perdia? Eu quis me entregar a loucura que era amar você mas percebi que você não sabia - e suspeito que ainda não sabe - a loucura que é amar alguém. Percebi que você era apenas uma flor enquanto eu era um jardim completo. Você acha isso gay, papo de você ser flor, eu sei, uma comparação melhor? Você era uma nota enquanto eu era uma música inteira. Bastante simples.

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